domingo, 27 de junho de 2010

Cassação da deputada Eurides Brito


No dia 22/06, os dois telejornais selecionados para análise comparativa da linguagem, Jornal Nacional e Jornal da Noite (Band), noticiaram a cassação da deputada distrital Eurides Brito (PMDB), por quebra de decoro parlamentar.
No Jornal Nacional, seguindo a estrutura tradicional da reportagem, a notícia foi introduzida pelo apresentador William Bonner. Logo, um repórter detalha o ocorrido, enquanto são exibidas cenas da deputada colocando o dinheiro na bolsa, filmado por Durval Barbosa, e cenas do momento da votação dos deputados. No final, o repórter acrescenta os nomes e situações dos outros envolvidos no mensalão do DEM.
No Jornal da Noite, não foram exibidas cenas adicionais ao relatar a notícia, porém, o próprio apresentador, após destacar que Eurides foi a primeira parlamentar cassada entre os oito investigados, teve espaço para um comentário e opinou a respeito do ocorrido:
“Foi uma boa notícia a cassação dessa senhora flagrada metendo dinheiro público na bolsa. Agora, resta aguardar a decisão da justiça, até porque lugar de ladrão é na cadeia. No entanto, os outros envolvidos ainda estão aí, absolutamente livres. E preste atenção, falando nos afana-afana que é o movimento para flexibilizar o ficha limpa, que estou chamando de afana isto está sendo feito sob a desculpa que a justiça não dará conta de todos os recursos. Cabe à justiça não esmolecer frente aos afana-afana e fazer uma ampla sepsia na política brasileira, que é um dos grandes anseios da população deste país.”
Ao expor tal tipo de comentário, utilizando o termo convidativo “preste atenção”, o apresentador atua na tentativa de aproximação com o telespectador, buscando estabelecer um efeito de credibilidade e cumplicidade. Por exemplo, a frase “até porque lugar de ladrão é na cadeia” aproxima a linguagem do comentarista ao pensamento majoritário da sociedade. Ao concluir, Boris Casoy afirma que uma ampla sepsia na política é um dos grandes anseios da população brasileira, dessa forma, ele próprio torna-se a voz da população e, consequentemente, do telespectador, que, sendo parte desta população, pode ou não desejar o referido, mas, na voz do jornal, deseja.

Por Nayane

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