domingo, 27 de junho de 2010

A Política por duas vias


Possível espionagem do PT contra o candidato do PSDB à presidência, José Serra, tramita pela mídia brasileira. O delegado aposentado da Polícia Federal, Onésimo de Souza, afirma ter recebido proposta para levantar informações a respeito de José Serra. Segundo Onésimo, a proposta partiu de quatro pessoas: Idalberto Matias de Araújo, sargento da reserva da aeronáutica, Bendito Oliveira Neto, empresário, e dos jornalistas Amauri Ribeiro Júnior e Luiz Manzeta, todos supostamente ligados ao comitê de campanha de Dilma Rouseff.
Segundo reportagem exibida pelo “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, o delegado aposentado não apresentou novos argumentos em seu depoimento ao Congresso, além dos quais já havia relatado à revista “Veja”. Ele afirma ter recebido a proposta de R$160 mil mensais para realizar o trabalho, que, a princípio, seria proteger informações do comitê de campanha do PT, no qual havia suspeita de vazamento de informações e, posteriormente, espionar o candidato do PSDB. Onésimo afirma ainda ter recusado a proposta por não ser compatível com os princípios legais. Dilma Rousseff, em entrevista à rede Globo, afirma não ter relação com os envolvidos e que o Partido dos Trabalhadores não pode se responsabilizar-se pelo fato.
O “Jornal da Record” forneceu informações semelhantes a respeito do fato, porém de maneira rápida e  genérica. O fato foi abordado somente pelo apresentador do Jornal. Não foi realizada uma reportagem, dando espaço para depoimentos de Onésimo e de representantes do comitê de campanha do PT, como no caso da rede globo, que demonstrou maior equilíbrio no noticiamento do fato.  
A apresentação superficial de uma notícia, como no caso do Jornal da Record, pode significar o desinteresse em divulgar aquele fato. Ao passo que o aprofundamento no fato noticiado, através de uma reportagem, pode revelar interesses diversos, a depender do conteúdo reportado. No caso da reportagem do Jornal da Globo, foi possível perceber um grau satisfatório de equilíbrio jornalístico, não havendo tendência precipitada para nenhum dos lados da contenda em questão. É isso, aliás, que se deve esperar de um meio de comunicação com interferência tão significativa no imaginário popular de um país.


Por Franklin

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